Publicado em 11/03/2019 19:49
Realizada em parceria de fomento com o CAU/SP, atividade visa capacitar arquitetos e movimentos sociais para implementarem viveiros urbanos em projetos de moradias sociais autogestionados
O Movimento Pelo Direito à Moradia (MDM), em parceria de fomento com o Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo (CAU/SP), realizou na manhã desse domingo (dia 10) um seminário de formação sobre sistemas de proteção ambiental em projetos de ATHIS, reunindo cerca de 90 pessoas, estudantes, profissionais de Arquitetura e Urbanismo e integrantes de movimentos sociais.
A iniciativa, realizada na sede do MDM – um terreno conquistado pelo movimento na Av. Guarapiranga, São Paulo, que será utilizado para moradias sociais – faz parte do projeto “Viveiros urbanos – Formação em ATHIS com autogestão e sistemas de proteção ambiental”, que realizará uma formação teórica e prática que alinha ações de proteção do meio ambiente a novos processos de engajamento da comunidade.
A arquiteta e urbanista Tatiana Yamauchi Ashino foi a primeira palestrante do dia, oferecendo aos presentes um panorama das políticas de moradia social nas últimas décadas e reforçando a necessidade de aproximar os trabalhos sociais desenvolvidos em ATHIS com preocupações ambientais. “Trabalho social é convivência e a criação de um viveiro nessa área, onde será desenvolvido um empreendimento de moradia, pode promover a qualidade de vida do entorno e do próprio coletivo”, destacou ela.
Rodrigo Duarte, também arquiteto e urbanista, reforçou a importância em desenvolver estratégias para garantir a proteção ambiental e a qualidade das edificações dos empreendimentos. “Todo e qualquer empreendimento, por mais ecológico que seja, causará algum impacto – e pode ser positivo ou negativo. Porém, em contraponto aos empreendimentos do mercado, os de HIS transformam politicamente a realidade socioambiental”, analisou ele.
Segundo Duarte, uma das maneiras de reduzir os impactos no meio ambiente é por meio da construção de viveiros urbanos: “uma ação direta como essa, envolvendo a comunidade, traz grandes benefícios e contribuições para o planeta. O objetivo dessa formação é trazer uma compreensão de que esse espaço é de vocês [população local] e devemos cuidá-lo e lutar por melhorias”.
Sobre os benefícios que a implantação de viveiros urbanos pode trazer para a comunidade (inclusive com geração de renda), o arquiteto e urbanista William Yoshida frisou uma economia de cerca de um milhão e duzentos mil reais ao compensar, obrigatoriamente via a legislação ambiental vigente, possíveis derrubadas de árvores.
“O viveiro, por menor que seja, pode se tornar maior, evitar o pagamento dessa penalização, permitir construir um fundo e, com trabalho conjunto, contribuir para a qualidade de vida da região”, sugeriu ele.
O engenheiro agrônomo Gilmar Tadeu Ribeiro Alves encerrou as atividades do domingo com uma conversa com o público sobre os aspectos técnicos de implantar um viveiro no terreno ocupado pelo MDM em Guarapiranga.
“Com a implantação do empreendimento, vamos alterar o ambiente e temos que compensar”, lembrou ele. “Uma parte será aqui no terreno, onde serão feitas as moradias sociais e, outra, em demais localidades, por meio de mudas produzidas nesse viveiro. Mas, o principal, é o processo educacional: um viveiro é um berçário que devemos tratar com muito cuidado, pensando em cada detalhe. É um exercício para nos conscientizar sobre a necessidade de preservamos o meio ambiente, principalmente em um local onde vamos morar em um futuro próximo”.
O projeto “Viveiros urbanos – Formação em ATHIS com autogestão e sistemas de proteção ambiental” continua com atividades no dia 13, 14 com visitas a viveiros públicos e 23 de março aonde será implantado o viveiro no local.
Para saber mais sobre o projeto e o será desenvolvido em cada dia, acesse a página do MDM:
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Veja abaixo mais fotos da atividade:
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