Publicado em 10/08/2019 01:33
Encerrada na tarde desta quarta-feira (7), a 16ª Conferência Nacional de Saúde serviu como um divisor de águas – tal qual a oitava que criou os fundamentos do SUS – num momento de retrocessos sociais, e de ataque sem precedentes à saúde pública e a seguridade social.
Cinco mil delegados(as), vindos de todo o Brasil, participaram de 3 mil conferências em nível municipal, estadual e livres, e reuniram cerca de 1 milhão de pessoas na base. Além disso houve convidados e observadores, que junto aos delegados, superaram todas as dificuldades para estarem de 4 a 7 de agosto, em Brasília e debaterem propostas que defendiam o SUS enquanto um sistema civilizatório para o Brasil, garantindo integralidade, equidade e universalidade a saúde, para todos os brasileiros, indistintamente.
Os delegados(as), representando trabalhadores, gestores e usuários debateram o relatório sistematizado, a partir das propostas vindas dos Estados, onde seu papel era aprovar ou suprimir parcial ou integralmente cada proposição. Foram apreciadas mais de 300 propostas, divididas entre 3 eixos (Saúde como Direito, Consolidação dos Princípios do SUS e Financiamento SUS), e 45 GTs – Grupos de Trabalho.
Para subsidiar os grupos, cada eixo contou antecipadamente com uma mesa, onde vários palestrantes reforçaram os temas que seriam colocados para aprovação em seguida nos GTs.
A FACESP, com suas lideranças eleitas em vários municípios, e outras federações filiadas a CONAM, trouxeram a sua sabedoria das comunidades e contribuíram para a aprovação das melhores propostas. Vale ressaltar o protagonismo e a articulação que a CONAM teve com os demais movimentos, desde a organização e coordenação da Conferência, a partir de seus diretores, até sua intervenção nos grupos de trabalho. Também soube elevar o diálogo político sobre a defesa do SUS, e escapar de polêmicas vazias no debate político.
A 16a Conferência deixa o legado de forte resistência ao desmonte da Saúde Pública, da Previdência e da Desvinculação das Receitas da União para a saúde. Ela é também um marco da Defesa da Democracia, e não a toa, no Grande Ato em Defesa do SUS ocorrido no dia 5 (durante a conferência), a palavra de ordem era “Saúde é Democracia e Democracia é Saúde!”
Embora já haja tradição, a diversidade nesta conferência foi extraordinária, com um número enorme de segmentos: negros, LGBTs, mulheres, indígenas, quilombolas, juventudes, ativistas culturais, religiosos, ribeirinhos e tantos outros que inspiraram a continuidade da luta pós conferência, construindo embaixo os alicerces da resistência popular!
Matéria por Tonhão – Diretor Comunicação da FACESP
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